domingo, 29 de maio de 2011

E G O

Naquela noite tudo parecia tão calmo, havia uma leve brisa seguida de um explendido cheiro de mata, porém seus arredores eram todos de aço e concreto, uma verdadeira selva... e ele estava ali, caminhava com um enorme sorriso como se fosse abraçar o vento que corria por seu corpo e o envolvia por seus braços abertos. Ele olhava para o alto e em seguida fechava os olhos num ato de total entrega àqueles prazeres, enfim, nunca havia tido tais sensibilidades... ali ele esteve todos os dias, mas naquela noite algo especial o atraiu àquele lugar, não fora a sua intuição... não, esta ele perdeu quando se deu conta de que "a mão estendida" eram presas vigorosas... não, era algo maior, algo que o tornava dominante.

Quando se viu solto pelo vento abriu seus olhos e sem procurar explicação olhou para si, o que fazia todos os dias... e não encontrou, notou então que todas as folhas ao seu redor estavam secas e ao se abaixar pôde toca-las e ver seu nome nelas escrito... instantes de calmaria tomaram conta daquele lugar, ele porém ampliou sua visão e a noite deixou de ser tão escura, apesar de agradável... o cheiro de mata que tanto o envolve ficou mais intenso, e seus instintos mais aguçados... tornou a fitar o céu... quando uma leve chuva começou a traçar as nuances de seu corpo, ele agora nota o quão diferente está e quanto a chuva começa a pesar sobre sua pele,ele grita... e a chuva derrepente ela extingue...

Ele sente frio e um ar congelante o toma pelas mãos, a noite agora pesa sobre seu calcanhar e novamente olha para si, somente para si, sem enxergar nada em volta, e vê sua pele frágil se quebrando, rachando e nota que o que cai ao chão agora são suas rachaduras e em cada uma delas uma letra que a noite não permite enxergar... e num ato de euforia segura três pedaços seus, antes caídos ao chão, levanta-se e corre indo de encontro a uma videira no centro da mata... a ela, ele se apega... pode-se ver agora todas as cores da mata iluminada pela noite... toda sua beleza... ele vê ao fundo um lago e segue ao seu encontro, fadigado ele se ajoelha e molha o rosto.

Após ter sua pele e visão restauradas, ele recolhe seus 3 pedaços mortos e a claridade da noite agora o permite ler, em cada pedaço, as letras existentes... 
"E   G   O"

(Obrigado pessoal pelas visitas e pelo carinho junto ao blog, espero sinceramente que este post possa trazer algum fruto a cada um de vocês bem como a minha pessoa também)

Queria em especial agradecer ao Aurelio (O Escritor de Sonhos) pelo selo destinado também ao meu blog, fico super feliz e agradecido pelo selo, e saiba que o carinho é mútuo também... realmente obrigado! (abaixo o selo) ... e ótima semana a todos(as) e muita felicidades!


Um comentário:

  1. No momento também sinto um frio congelante...

    Parabéns pelo selo, com certeza o primeiro de muitos...

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